Nilcéa Freire

Nascida em 14 de setembro de 1952, Nilcéa Freire iniciou os estudos em 1959, na Escola Municipal Cuba, na Ilha do Governador.

Formou-se em medicina na UERJ em 1978 e fez residência pelos dois anos seguintes. Em 1980 é contratada como professora do departamento de patologia e laboratório da UERJ, onde coordenou pesquisas, sendo uma delas sobre esquistossomose no município de sumidouro (RJ). Em 1984 fez estágio no Museu Nacional de História Natural de Paris e no ano seguinte (1985) iniciou no mestrado em zoologia do Museu Nacional (UFRJ). Em 1987 é aprovada na tese.

Além das atividades docentes e de pesquisa, foi representante dos professores em diversos conselhos. Em 1988 fez curso de administração universitária com estágio prático no Canadá. De 88 a 91 foi assessora da subreitoria de pós graduação e pesquisa. Em 1992, assume a Diretoria de Planejamento (Diplan), tenso Hesio Cordeiro como reitor da Universidade. Nela, cria o DATAUERJ, um anuário estatístico com todos os dados referentes à UERJ e a partir delas realizar tomadas de decisões.

A primeira reitora da UERJ

Os anos 2000, cercado de expectativas acerca do novo milênio, trazem a posse de Nilcéa Freire à reitoria da Universidade. Sendo a primeira mulher a assumir a reitoria, Nilcea anteriormente ocupava o cargo de vice reitora na gestão de Antônio Celso. Durante o período em que foi reitora (2000-2003) presidiu o Conselho Estadual de Educação (2001) e em 2003 alcançou o projeto de cotas para estudantes de escolas públicas e afrobrasileiros, fazendo a UERJ pioneira nas ações afirmativas e abrindo espaço para alunos das mais diversas camadas sociais e raciais do Brasil.

Nilcéa, a ministra das mulheres

Com uma vida política agitada desde a juventude, foi filiada ao Partido dos Trabalhadores, onde em 2003 foi empossada ministra chefe do governo de Luís Inácio Lula da Silva. Atuando na Secretaria de Políticas Para Mulheres (SPM), inicia um debate nacional com objetivo de formular ações, se viabilizando na I Conferência Nacional, realizada em Brasília em junho de 2004, contando com a presença de 1787 delegadas e mais 700 ouvintes. Produziram um relatório que fundamentaram a formulação, após três meses de trabalho, numa comissão interministerial do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres PNPM, lançado em dezembro de 2004.

O plano estabelecia 199 ações, algumas isoladas e outras em parceria com demais órgãos federais, abrangendo os campos da cidadania, igualdade no mundo do trabalho, educação inclusiva, saúde da mulher e direitos sexuais. O CNDM (Conselho Nacional de Políticas Para Mulheres) era composto em sua maioria por organizações civis e se consolidou como fórum de controle social de políticas públicas para mulheres.

Nilcéa faleceu em 2019, deixando um legado para o Brasil e nossa instituição. Atualmente temos uma Universidade vibrante, com rostos de cores diferentes, formando cidadãos que por reparação histórica precisam ocupar todos os espaços da sociedade.

Livro sobre a trajetória de Nilcéa Freire

[Acesse aqui o livro “Nilcea Freire, um nome na história do Brasil”]

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